Payada da salvação
Payada da salvação
Ari Pinheiro
de poeta versejador,
despenseiro do Evangelho
e Seu infinito amor
me tirou dos palcos do mundo
para ser um crente payador.
Não para cantar um Cristo
Morto, crucificado,
Eu canto um Cristo liberto
Divino ressuscitado...
Eu vi muitos cantar Cristo
Segundo a própria visão
Louro, negro ou amarelo
Sinal dos cravos nas mãos
Terrível coroa de espinhos
E chagas em profusão
Eu não prego um Cristo assim
Com jeito de derrotado
Prego um Cristo de bombachas
Para salvar meu estado...
O meu Mestre é vencedor
Por isso que não me calo
Me sinto bem a vontade
No verso simples que falo
Pois se ele nascesse gaúcho
Pregaria de à cavalo...
E levaria a santa mensagem
Sem importar com a distância
Para salvar o índio crú
Mesmo no fundo da estância...
Eu canto um Cristo gaúcho
Brasileiro, sul americano,
Com chapelão de aba larga
E bombacha de dois panos...
Enquanto muitos carolas
Não tem fibra nem tutano
Meu Cristo venceu a morte
e hoje reina soberano
se fez tribuno no céu
defendendo o ser humano...
E a ti, meu peão de fazenda
Venderam um Cristo europeu
E por mais lindo que seja
É bem diferente do meu
Este não manda recado
Não te cobra o vil metal
Veio matar a tua sede
Pois só Ele é manancial
Muda o quadro da tua vida
E te desvia do mal...
Não é este da tua sala
Prisioneiro da moldura
Nem o que está na cruz
Enfeitando sepulturas
Meu Cristo é o dos altares
Dos cultos, das orações
Viaja nas águas das sangas
Nas coxilhas, nos grotões
E se faz mate sagrado
Nas cuias dos corações!
Ele é vida, seiva pura
É a solução para o mundo
Desde o monte mais alto
Ao abismo mais profundo
E pouco importam os templos,
Ou locais de adoração
Meu Cristo é general de guerra
Te põe vitória nas mãos
E é teu parceiro de viagem
Na estrada da salvação!!!